Robôs virtuais vão controlar fábrica digital do futuro
Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/06/2017
A demonstração da tecnologia, feita no último dia 29 de Maio, envolveu a fabricação da peça mostrada no detalhe à esquerda em três unidades fabris distintas. [Imagem: SMACC/Divulgação]
Robôs discretos
A robótica não precisará se manifestar na forma de um Bumblebee, Data, C3PO ou Exterminador, e nem mesmo de um R2D2 ou um Wall-E.
Engenheiros do Centro de Pesquisas Técnicas (VTT) e da Universidade de Tampere, ambos na Finlândia, estão trabalhando em robôs bem mais discretos.
São robôs que existem na forma de códigos binários, dentro dos computadores, mas que serão responsáveis por gerir fábricas inteiras - mais do que isso, de coordenar várias fábricas.
Com esse "encarregado digital", nascerão o que os engenheiros chamam de fábricas virtuais, diversas unidades fabris reais que se transformam em uma só aos olhos dos seus coordenadores robóticos, produzindo bens de forma integrada e coordenada.
Fábrica digital
"A fábrica digital do futuro é uma rede descentralizada de empresas, com diferentes sub-redes, que também podem operar globalmente. A fabricação é controlada remotamente de um lugar qualquer via internet. A planta fabrica produtos em um local ideal para o objetivo atual a cada momento. Os critérios para o local de fabricação podem ser, por exemplo, eficiência, qualidade ou proximidade com o cliente," resume o professor Risto Kuivanen, coordenador do projeto SMACC, sigla em inglês para Centro de Manufatura e Máquinas Inteligentes.
E não são apenas ideias. Kuivanen falava enquanto demonstrava a operação conjunta de três células industriais - que poderão ser fábricas inteiras no futuro - com seus robôs, máquinas de solda, prensas, máquinas de corte a laser etc. -, tudo sendo coordenado pelos robôs virtuais - ou agentes de software.
Imagens das unidades fabris e dados de cada máquina eram mostrados em tempo real na central de controle durante a demonstração - o "lugar qualquer" a que o engenheiro se referiu.
Reorganização fabril
A intenção da equipe é que diferentes unidades produtivas - as fábricas reais - possam ter seus equipamentos integrados para reagir rapidamente a alterações no mercado, seja um pico de demanda, seja uma falta de compradores para os produtos originalmente fabricados - a integração virtual permitirá que os diversos equipamentos sejam reutilizados para fabricar outros produtos.
Várias unidades produtivas do mesmo grupo também poderão se reorganizar para aumentar a eficiência ou dar apoio a alguma fábrica em dificuldade.
A equipe afirma que as tecnologias necessárias para a integração de fábricas reais "estão em rápido desenvolvimento" e que poderão ser utilizadas dependendo das condições econômicas.
Enquanto isso, eles estão trabalhando para incluir a impressão 3D, que promete dar um novo nível de flexibilidade ao processo produtivo.
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