sábado, 2 de abril de 2016

Nanofios de bactérias deixam nanotecnologias humanas na poeira

Nanotecnologia

Nanofios de bactérias deixam nanotecnologias humanas na poeira

Nanofios feitos por bactérias deixam nanotecnologias humanas na poeira
Geobacter "respira" metais tóxicos, e usa os nanofios para expulsar elétrons em excesso. [Imagem: Sanela Lampa-Pastirk et al. - 10.1038/srep23517]
Nanofios
Os nanofios - fios em dimensão nanométrica - estão na crista da onda porque permitem miniaturizar as coisas a um patamar inalcançável pelas técnicas atuais, como as usadas na indústria eletrônica para fabricar transistores.
E parece haver espaço para muito mais: ocorre que, nessas dimensões, há muitas soluções criadas pela própria natureza.
E são soluções tão eficientes que deixam todas as nanotecnologias feitas pelo homem comendo poeira, conforme descobriu uma equipe com a participação do professor Gustavo Feliciano, da Unesp de Araraquara (SP).
Nanofio biológico
O nanofio biológico é produzido pela bactéria Geobacter, que já se sabia possuirnanofios quase metálicos, responsáveis por uma transmissão bacteriana de eletricidade.
O que não se sabia é que esses nanofios de proteínas transportam as cargas elétricas a uma velocidade de até 1 bilhão de elétrons por segundo.
Este nanofio microbiano é formado por uma única subunidade de peptídeo, medindo cerca de 2 nanômetros de diâmetro.
"Sendo feitos de proteínas, os nanofios orgânicos são biodegradáveis e biocompatíveis. Esta descoberta abre, assim, muitas aplicações em nanoeletrônica, como o desenvolvimento de sensores médicos e dispositivos eletrônicos que podem ser interligados com os tecidos humanos," disse Gemma Reguera, da Universidade do Estado de Michigan e principal autora da descoberta.
Além disso, como as nanotecnologias existentes dependem de metais exóticos, o custo dos nanofios orgânicos deverá ser muito inferior.

Bibliografia:

Thermally activated charge transport in microbial protein nanowires
Sanela Lampa-Pastirk, Joshua P. Veazey, Kathleen A. Walsh, Gustavo T. Feliciano, Rebecca J. Steidl, Stuart H. Tessmer, Gemma Reguera
Nature Scientific Reports
Vol.: 6, Article number: 23517
DOI: 10.1038/srep23517

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