domingo, 29 de julho de 2018

Experimento no espaço para criar materiais que se constroem sozinhos Redação do Site Inovação Tecnológica

Experimento no espaço para criar materiais que se constroem sozinhos

Experimento no espaço para criar materiais que se constroem sozinhos
A ideia é ir adicionando diferentes botões de controle para guiar o processo de montagem das partículas coloidais.[Imagem: NASA/iGoal Animation]
Automontagem controlada
automontagem é uma das principais ferramentas da nanotecnologia - em vez de montar as coisas como se constrói uma casa, colocando tijolo por tijolo, as partículas são projetadas para apresentarem uma afinidade que as faz juntarem-se por conta própria, gerando a peça final sem a necessidade de qualquer ação externa.
Esse conceito é particularmente promissor para a exploração espacial - já que não dá para levar tudo a bordo de uma nave, o negócio é construir as coisas conforme necessário por lá mesmo.
Os primeiros testes para isso estão prestes a começar na Estação Espacial Internacional com a chegada o experimento ACE, sigla em inglês de Experimento Avançado com Coloides.
Usando diferentes formas de energia como "botões de controle", o aparelho foi projetado para dar diferentes instruções às nanopartículas para que elas se montem da forma planejada. Nesse primeiro protótipo, a temperatura está sendo usada para controlar a montagem e as interações das partículas. Suspensas em um líquido, as partículas foram projetadas para se ligar umas às outras de formas específicas para formar cristais 3D de acordo com a temperatura.
"Em uma temperatura uma fase de cristalização é favorecida, e, em outra, outra fase de cristalização é favorecida. Essencialmente, a temperatura é um estímulo externo para guiar e ajudar as partículas a se ligarem da maneira correta. É uma maneira de orientá-las ou controlar sua montagem," disse Stefano Sacanna, da Universidade de Nova Iorque, um dos projetistas do ACE.
Manufatura aditiva
Na Terra, a força da gravidade puxa as nanopartículas para o fundo do recipiente, não permitindo o início do processo de montagem - as nanopartículas ficam suspensas em líquidos. O ambiente de microgravidade da Estação Espacial permitirá observar como os cristais estão crescendo, permitindo separar os efeitos da gravidade.
Uma melhor compreensão de como essas partículas interagem ajudará os pesquisadores a transformar essa ciência em tecnologia, transformando a automontagem em uma nova forma de manufatura aditiva. Ou seja, não serão apenas o exploradores espaciais que terão a ganhar com os resultados deste experimento.
O processo ainda é primário, mas não é em essência diferente de como as coisas vivas são feitas na natureza - blocos de construção que se juntam, comportando-se de acordo com seu código genético, defende Stefano.

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