domingo, 8 de julho de 2018

Brasil começa a dominar cadeia da produção de superímãs Redação do Site Inovação Tecnológica

Brasil começa a dominar cadeia da produção de superímãs

Brasil começa a dominar cadeia da produção de superímãs
Primeiras tiras de liga didímio-ferro-boro obtidas - a espessura e composição química das tiras têm efeito direto no bom desempenho dos superímãs. [Imagem: IPT]
Didímio
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, produziu as primeiras amostras de tiras da liga didímio-ferro-boro, um componente essencial para a produção dos chamados superímãs.
Esses ímãs de alto rendimento são usados em discos rígidos, motores de carros elétricos e geradores eólicos.
Com as tiras, os pesquisadores poderão avaliar todos os parâmetros do processo de fabricação, rumo à definição da microestrutura ideal da liga.
"Em uma fase posterior de produção de superímãs, essas tiras serão moídas, e os grãos devem possuir parâmetros adequados de tamanho da fase magnética e distribuição de didímio em seu contorno," explicou o pesquisador João Batista Ferreira. "Essas características, relacionadas à microestrutura das tiras, dependem de diversos fatores, como a velocidade de resfriamento, composição química da liga, temperatura e fluxo de escoamento do metal."
Matéria-prima para superímãs
O objetivo do projeto, que tem prazo final em outubro de 2018, é o domínio do processo de obtenção de ligas otimizadas, que possam ser comparadas em termos de qualidade às importadas, atualmente únicas disponíveis para produção de superímãs.
didímio metálico puro foi obtido pela primeira vez no Brasil em 2016, como resultado deste mesmo projeto.
"O que estamos fazendo, na verdade, é o desenvolvimento de know-how de uma etapa importante da cadeia. Sem as ligas com microestrutura e composição adequada, não é possível produzir um bom ímã. Conhecendo os parâmetros, poderemos fazer a transferência de tecnologia para empresas que desejem produzir em escala industrial, com matéria-prima nacional, e assim poder concorrer com o quase monopólio chinês deste mercado," disse João Batista.
Brasil começa a dominar cadeia da produção de superímãs
Microestruturas de uma tira de liga didímio-ferro-boro, observando-se o tamanho da fase magnética (cor clara) e a distribuição do didímio (cor escura). [Imagem: IPT]
Cadeia nacional de superímãs
O projeto é fruto de uma parceria do IPT com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa que explora a maior mina de nióbio do mundo, em Araxá (MG).
O IPT tem também parcerias com a Weg, fabricante de motores elétricos, transformadores e geradores eólicos, e com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já capacitada para a produção de superímãs a partir das matérias-primas adequadas.
Outra parceria importante está formada com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que tem projeto de construção de um laboratório-fábrica de superímãs no estado mineiro, contando com transferência de tecnologia do IPT na obtenção do metal didímio e na produção das ligas.

"A ideia é unir os elos no desenvolvimento de uma cadeia nacional de produção de superímãs. É um mercado que deve crescer acentuadamente nos próximos anos, alavancado por carros elétricos e por energias renováveis", finalizou João Batista.

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