quarta-feira, 5 de abril de 2017

Visão artificial desenvolvida no Brasil para classificar madeiras Redação do Site Inovação Tecnológica

Visão artificial desenvolvida no Brasil para classificar madeiras

Visão artificial desenvolvida no Brasil para classificar madeiras
O equipamento está pronto para ser usado na indústria.[Imagem: CeMEAI/Divulgação]
Automação
Este equipamento de visão artificial, criado no Brasil, é capaz de selecionar madeiras no processo industrial com um nível de aproveitamento muito superior ao método humano-visual utilizado hoje.
Depois de passar pelas fases de pesquisa, protótipos, testes, registros e patentes, ele já está pronto para ser utilizado pelas empresas do ramo madeireiro no processo de classificação dos produtos.
O aparelho foi criado pela equipe do professor Carlos de Oliveira Affonso, do CEMEAI (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), que funciona na USP de São Carlos, no interior de São Paulo.
O desenvolvimento contou com a participação de empresas do polo madeireiro de Itapeva, também no interior de São Paulo.
Classificação de madeiras
Segundo Affonso, a ideia inicial era criar apenas um software de visão artificial que pudesse aprimorar o processo de seleção das madeiras que atualmente são classificadas em A, B e C - dependendo da qualidade e observando, entre outros fatores, textura e coloração das peças. Esse trabalho hoje é feito de forma visual por trabalhadores treinados.
"Estatísticas demonstram um aproveitamento de apenas 65% nesta forma de inspeção, levando em conta falhas causadas por cansaço, distração ou falta de treinamento dos operadores humanos", comentou Affonso.
Coube aos estudantes André Rossi e Fábio Vieira, da UNESP, catalogarem centenas de madeiras antes de criar um modelo matemático com programas que interagem entre si em uma plataforma Java - que processa, analisa e classifica a qualidade do produto.
O software, batizado de Neurowood, tornou-se então parte de uma tecnologia completa, formada por câmeras instaladas ao longo das esteiras de classificação que captam as imagens que alimentam o programa, por sua vez controlando um outro sistema de automação que separa as madeiras boas das ruins na própria esteira.
Nacionalização
A grande vantagem da nacionalização desta tecnologia, também conhecida como "visão de máquina", é o barateamento, tornando-a acessível a empresas de menor porte.

"A tecnologia já existe, no entanto, produzida por empresas internacionais a um preço proibitivo para a realidade das nossas indústrias. Um equipamento como este custa cerca de 500 mil euros. Então, um dos enfoques que nós tivemos desde o começo é primeiro produzir um equipamento que fosse 100% aplicável e que tivesse viabilidade econômica também para as médias e pequenas empresas," finalizou Affonso.

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