Quais tecnologias você quer para o seu futuro?
Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/07/2016
Reuniões entre especialistas e leigos permitem que as pessoas digam quais tecnologias querem no futuro. [Imagem: Fraunhofer IAO]
Futurologia participativa
A futurologia tem seus adeptos, embora quase ninguém se lembre de checar se os futurólogos do passado acertaram as inovações do presente - quem se lembra geralmente atesta que eles erram bem mais do que acertam.
Em busca de um pouco mais de precisão e de ajuda real para os desenvolvedores das tecnologias do futuro, pesquisadores do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, estão tentando inverter o processo.
Em vez de um especialista tentar adivinhar quais novidades tecnológicas as pessoas vão adotar no futuro, a equipe desenvolveu uma metodologia de previsão participativa na qual as pessoas leigas - não especialistas em nenhuma área tecnológica - descrevem as suas necessidades e anseios tecnológicos futuros.
Os resultados iniciais mostram que as pessoas querem tecnologias que melhorem as suas capacidades físicas e mentais, protejam a sua privacidade e armazenem e transportem emoções.
Como vamos viver daqui a 100 anos? [Imagem: Samsung SmartThings]
Quais tecnologias você quer para seu futuro
No projeto "Moldando o Futuro (Shaping Future), os voluntários articulam os seus desejos e preocupações relativos a soluções técnicas futuras, descrevem requisitos da tecnologia e trocam ideias com especialistas.
Os engenheiros então pegam as ideias, desenvolvem-nas um pouco e usam roteiros para mostrar quais etapas tecnológicas serão necessárias e quais as condições sociais e legais deverão ser cumpridas a fim de que cada ideia possa ser realizada.
"Não é apenas uma questão de participar. Qualquer um que esteja desenvolvendo novas tecnologias precisa incluir as pessoas. Caso contrário, há o risco de que as inovações deixem de refletir as necessidades do usuário... e não sejam adotadas," explica Marie Heidingsfelder, membro do projeto.
Uma conclusão importante da primeira rodada do Moldando o Futuro foi a de que muitos participantes querem tecnologias "moles", tão invisíveis quanto possível e que possam facilmente ser usadas no corpo - tecnologias de vestir.
Além disso, um fator importante para as pessoas são modelos espaciais que, de forma flexível e individual, permitam que elas interajam ou se escondam de outras pessoas, conforme a situação. E uma espécie de "Big Mother" (Grande Mãe), que as ajude a tomar decisões ou lidar com tensões físicas e emocionais.
Há também aqueles que temem que a tecnologia dê errado e ameace a existência humana. [Imagem: Divulgação]
Tecnologias para o ano de 2053
Partindo dos anseios dos voluntários, a equipe desenvolveu até agora um total de oito roteiros tecnológicos para novos projetos de pesquisa ou produtos inovadores:
- Casulo de Mobilidade: cápsulas de transporte individual configuráveis que permitam uma solução de mobilidade porta-a-porta.
- Equipamento de Otimização Modular: um exoesqueleto que dê força às pessoas nas situações cotidianas que exijam esforços físicos.
- Músculos sob demanda: Um gel que permita a reconstrução do próprio corpo após acidentes, doenças ou tumores graves, também adequado para a otimização pessoal e modificações físicas.
- Firewall Social: Tecnologia capaz de aprender que permita se concentrar em coisas importantes, fugindo das distrações.
- Ferramenta de Diagnóstico e Tratamento: Tecnologia mantida próxima ao corpo que detecte doenças e recomende terapias, medicamentos e médicos adequados.
- Companheiro Inteligente: Sistema de inteligência artificial que aprenda com o objetivo de dar sugestões para a ação com base em prioridades e permita o início de contatos de acordo com os interesses e demandas individuais.
- Mentor de Ouvido: uma versão miniaturizada, que caiba dentro da orelha, do Firewall Social.
- Lente de Contato Emocional: Uma lente de contato que indique a condição emocional da pessoa que está olhando para você.
Foram coletadas muitas outras demandas tecnológicas, para as quais ainda não foi possível montar roteiros de desenvolvimento porque elas estão longe demais da realização - como um teletransportador de emoções entre as pessoas.
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