Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/07/2016
O protótipo consegue fazer 144 leituras simultâneas e sem perder a precisão por conta da rugosidade natural de seu uso na forma de luvas. [Imagem: Someya Lab/Universidade de Tóquio]
Medir pressão sem compressão
As mulheres que já passaram por uma mamografia sabem o quanto a "medicina moderna" pode se mostrar "medieval" no sentido mais negativo do termo: dificilmente alguém chamaria esse exame de agradável ou não-intrusivo.
Felizmente já há soluções a caminho: a própria mulher logo poderá detectar qualquer nódulo usando luvas de borracha sensíveis à pressão, graças a uma nova família de sensores transparentes, flexíveis e muito sensíveis.
Já existem muitos sensores de pressão, inclusive para colar sobre a pele, mas nenhum até agora conseguia medir a pressão com a precisão suficiente para aplicações médicas quando é dobrado ou fica enrugado - algo que é necessário para incorporá-los em luvas.
"Eu me dei conta de que muitos grupos estão desenvolvendo sensores flexíveis que podem medir pressão, mas nenhum deles é adequado para medir objetos reais, uma vez que são sensíveis à distorção. Essa foi a minha principal motivação e eu acho que nós propusemos uma solução eficaz para este problema," disse Sungwon Lee, idealizador do sensor.
Sensor orgânico de nanofibras
Lee e seus colegas desenvolveram um sensor de pressão de nanofibras que pode medir a distribuição da pressão sobre superfícies arredondadas mesmo quando dobrado em um raio de 80 micrômetros, equivalente a apenas duas vezes a espessura de um fio de cabelo humano.
O sensor tem apenas 8 micrômetros de espessura e consegue medir a pressão em 144 pontos de uma só vez, o que o tornou capaz de monitorar até mesmo a variação da pressão ao longo de um vaso sanguíneo. Isso permitirá, no caso dos exames preventivos de câncer de mama, detectar nódulos que poderiam passar despercebidos com o autoexame manual ou mesmo com os exames por equipamentos.
Além da estrutura de nanofibras sensível à pressão, o dispositivo contém transistores orgânicos - componentes eletrônicos feitos com materiais à base de carbono e oxigênio - para capturar e permitir a leitura dos dados.
Os transistores de nanotubos de carbono e grafeno foram depositados sobre um polímero elástico para criar nanofibras com um diâmetro de 300 a 700 nanômetros, que foram então conectadas umas às outras para formar uma estrutura porosa, transparente, fina e leve.
Lee fez o trabalho sob a coordenação do professor Takao Someya, na Universidade de Tóquio, no Japão, cuja equipe vem desenvolvendo há algum tempo peles artificiais eletrônicas para uso em robótica e na área de saúde - há até uma tentativa de prover um sexto sentido magnético para os humanos.
Bibliografia:
A Transparent, Bending Insensitive Pressure Sensor
Sungwon Lee, Amir Reuveny, Jonathan Reeder, Sunghoon Lee, Hanbit Jin, Qihan Liu, Tomoyuki Yokota, Tsuyoshi Sekitani, Takashi Isoyama, Yusuke Abe, Zhigang Suo, Takao Someya
Nature Nanotechnology
Vol.: 11, 472-478
DOI: 10.1038/nnano.2015.324
A Transparent, Bending Insensitive Pressure Sensor
Sungwon Lee, Amir Reuveny, Jonathan Reeder, Sunghoon Lee, Hanbit Jin, Qihan Liu, Tomoyuki Yokota, Tsuyoshi Sekitani, Takashi Isoyama, Yusuke Abe, Zhigang Suo, Takao Someya
Nature Nanotechnology
Vol.: 11, 472-478
DOI: 10.1038/nnano.2015.324
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