Vitrocerâmica para telas de smartphones à prova de balas
Com informações da Agência Fapesp - 16/11/2015
O material produzido pelos pesquisadores brasileiros combina transparência, grande dureza e baixa densidade. [Imagem: Ag.Fapesp]
Vidro duro
Um material vitrocerâmico transparente, de grande dureza e baixa densidade, poderá substituir os vidros utilizados nas telas de tablets e smartphones ou os vidros blindados utilizados em veículos, edifícios e viseiras de capacetes.
O material foi desenvolvido por Leonardo Sant'Ana Gallo, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A sintetização do novo vidro - uma cerâmica complexa de fórmula MgO-Al2O3-SiO2 - acaba de ser premiada no 11º Simpósio Internacional sobre Cristalização em Vidros e Líquidos, em Nagaoka, Japão, uma das mais importantes reuniões internacionais na área de vidros.
Vitrocerâmica
A vitrocerâmica é um vidro que passa por um processo parcial de cristalização. O vidro comum é um material amorfo, que não apresenta fases cristalinas. Já a vitrocerâmica possui formações cristalinas distribuídas pelo meio amorfo. "São as fases cristalinas que determinam suas características especiais", afirmou Leonardo.
Se atingida por um projétil, por exemplo, o vidro se rompe, mas, ao romper, absorve a energia do projétil, de modo que este não a atravessa.
"Devido às suas características - transparência, dureza e baixa densidade -, essa vitrocerâmica tem um grande potencial de aplicação. Com ela, seria possível, por exemplo, produzir smartphones com telas mais finas, o que contribuiria para a diminuição do peso dos aparelhos. Ou janelas à prova de balas mais leves e tão eficientes quanto as que possuem os vidros blindados atuais", disse Leonardo.
Cristalização
Para obter a cristalização da vitrocerâmica, a mistura de óxidos é submetida a dois tratamentos térmicos: um no patamar próximo de 700 graus Celsius e outro no patamar de 900 graus Celsius.
Mas, para obter um vidro com as qualidades adequadas é preciso controlar cuidadosamente a composição química, as temperaturas e o tempo em que o material é aquecido.
"O interessante foi que conseguimos um material que continua transparente após a cristalização. Isso não é comum, nem fácil de se obter. Geralmente, após cristalização, os materiais ficam opacos," acrescentou o pesquisador.
A equipe já depositou um pedido de patente da nova vitrocerâmica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). "Logo poderemos buscar parceiros, buscando colocação do produto no mercado", concluiu o pesquisador.
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