sábado, 20 de janeiro de 2018

Chip que funciona dentro d'água impulsiona bioeletrônica Redação do Site Inovação Tecnológica

Chip que funciona dentro d'água impulsiona bioeletrônica

Chip que funciona dentro d'água impulsiona bioeletrônica
Estes são os primeiros "CMOS eletroquímicos" do mundo. [Imagem: Thor Balkhed]
Bioeletrônica
Pesquisadores suecos desenvolveram os primeiros circuitos de lógica eletroquímica que podem funcionar de forma estável por longos períodos na água.
Este é um avanço altamente significativo no desenvolvimento da bioeletrônica, que promete a integração da lógica às coisas vivas usando circuitos integrados químicos.
Os primeiros transistores eletroquímicos orgânicos foram criados em 2002, e então o campo, conhecido como eletrônica orgânica, ou eletrônica de plástico, progrediu rapidamente. Vários componentes eletrônicos orgânicos, como diodos emissores de luz e monitores eletrocrômicos já estão no mercado.
O material dominante usado até agora tem sido o PEDOT:PSS, que é um semicondutor plástico tipo p (positivo), no qual os portadores de carga são lacunas. Para construir componentes eletrônicos reais, contudo, é necessário um material complementar, tipo n (negativo), no qual os portadores de carga sejam elétrons.
Contudo, tem sido difícil encontrar um material polimérico suficientemente estável, que possa operar em meio aquoso e no qual longas cadeias poliméricas possam suportar altas correntes.
Eletrônica flexível e orgânica
Hengda Sun e seus colegas da Universidade Linkoping desenvolveram uma técnica que permitiu criar filmes grossos de BBL - poli(benzimidazobenzofenantrolina) -, um material muito usado nas pesquisas com células solares de plástico. Sua característica básica é que, quanto mais espesso o filme, maior a condutividade.
Usando a técnica de revestimento por pulverização, a equipe conseguiu fabricar filmes de até 200 nanômetros de espessura, que alcançam condutividades elevadas o suficiente para aplicações práticas. Além disso, os circuitos funcionam por longos períodos, tanto na presença de oxigênio como de água.
A técnica também poderá ser usada para imprimir circuitos eletrônicos em grandes superfícies plásticas flexíveis e transparentes.
As aplicações dos componentes orgânicos incluem circuitos lógicos que podem ser impressos em tecidos ou papel, vários tipos de sensores de baixo custo, telas flexíveis e - não menos importante - para o enorme campo da bioeletrônica. Isto porque os polímeros conduzem íons e elétrons, estabelecendo a ponte necessária entre os sistemas biológicos, que funcionam com base em íons, e a eletrônica tradicional, que funciona com base em elétrons.

Bibliografia:

Complementary logic circuits based on high-performance n-type organic electrochemical transistor
Hengda Sun, Mikhail Vagin, Suhao Wang, Xavier Crispin, Robert Forchheimer, Magnus Berggren, Simone Fabiano
Advanced Materials
DOI: 10.1002/adma.201704916

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