Senhas são armazenadas na roupa sem eletrônica
Redação do Site Inovação Tecnológica -
Além do remendo usado para abrir esta porta, a equipe fabricou gravatas, cintos, colares e pulseiras com os tecidos magnetizados. [Imagem: Dennis Wise/University of Washington]
Senha na roupa
O conceito de tecidos inteligentes e roupas eletrônicas apresenta, ao menos até agora, um pressuposto básico: a incorporação de circuitos eletrônicos nos tecidos e nas roupas - da forma menos intrusiva possível, é certo.
Mas dá para fazer roupas que lhe ajudem a interagir com toda a parafernália tecnológica sem precisar incorporar novos equipamentos eletrônicos nos tecidos.
Foi o que demonstraram Justin Chan e Shyamnath Gollakota, da Universidade de Washington, nos EUA.
Eles criaram tecidos sem qualquer componente eletrônico ou sensor integrados, e os utilizaram para tecer acessórios de vestuário que armazenam dados - como senhas ou códigos de identificação, por exemplo.
Os dados podem ser lidos usando um leitor específico ou um componente já incorporado na maioria dos celulares, sendo então usados para habilitar aplicativos de navegação ou de acesso.
"Este é um design totalmente isento de eletrônicos, o que significa que você pode passar o tecido inteligente ou colocá-lo na máquina de lavar e secar. Você pode pensar no tecido como um disco rígido - você está realmente fazendo esse armazenamento de dados nas roupas que você está vestindo," disse Gollakota.
Os tecidos podem ser magnetizados em casa, com um ímã comum, e depois lidos pelo magnetômetro presente na maioria dos celulares. [Imagem: Justin Chan/Shyamnath Gollakota]
Dados magnéticos em tecidos
Inúmeros protótipos de roupas inteligentes incorporam fios ou malhas eletricamente condutoras na trama do tecido. O que os dois pesquisadores perceberam é que esses tecidos condutores também têm propriedades magnéticas, que podem ser manipuladas para armazenar informações visuais ou dados digitais, como letras e números.
Eles então usaram máquinas de costura comuns para bordar tecidos com fios condutores já disponíveis comercialmente, cujos pólos magnéticos começam em uma ordem aleatória. Usando um ímã, esses pólos podem ser alinhados fisicamente em uma direção "positiva" ou "negativa", o que pode ser interpretado como os 0s e 1s dos dados digitais.
Esses dados podem ser lidos por um magnetômetro, um instrumento que mede a direção e a força dos campos magnéticos e que está incorporado na maioria dos celulares. "Estamos usando algo que já existe em um smartphone e usa quase nada de energia, então o custo de ler esse tipo de dado é insignificante," disse Gollakota.
Em outro teste, usando um leitor específico, o código de acesso para uma porta eletrônica foi armazenado em um remendo de tecido costurado na manga de uma camisa. A porta foi destrancada passando remendo à frente do leitor, composto por uma série de magnetômetros.
Como acontece com alguns sistemas de acesso temporário por cartão magnético já usados comercialmente, a intensidade do sinal magnético do tecido enfraquece cerca de 30% ao longo de uma semana, mas ele pode ser remagnetizado e reprogramado várias vezes. Em outros testes de estresse, o remendo de tecido manteve seus dados mesmo após a lavagem, secagem e passagem a ferro a temperaturas de até 160º C.
Bibliografia:
Data Storage and Interaction using MagnetizedFabric
Justin Chan, Shyamnath Gollakota
UIST 2017 Proceedings
http://smartfabrics.cs.washington.edu/smartfabrics.pdf
Data Storage and Interaction using MagnetizedFabric
Justin Chan, Shyamnath Gollakota
UIST 2017 Proceedings
http://smartfabrics.cs.washington.edu/smartfabrics.pdf
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