sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Chip transforma relâmpago em trovão para guardar dados


Eletrônica

Chip transforma relâmpago em trovão para guardar dados

Chip guarda informações de luz como som
Esquema de funcionamento (esquerda) e foto do protótipo do chip (direita) que transforma luz em som e vice-versa. [Imagem: Moritz Merklein et al. - 10.1038/s41467-017-00717-y]
Fotônico para sônico
Como fazer processadores que funcionam com luz em vez de eletricidade ainda exigirá um bocado de pesquisas, nasceu a foxônica, que permite a manipulação simultânea de luz e som - basicamente, usa-se a lentidão do som para controlar a luz.
Agora, uma equipe australiana domou a informação digital transportada como ondas de luz transferindo os dados para ondas sonoras - tudo no interior de um circuito integrado.
É a primeira vez que esse nível de controle e miniaturização foi alcançado.
Traduzir informações do domínio óptico para o domínio acústico de forma reversível dentro de um chip é fundamental para o desenvolvimento dos processadores fotônicos: microchips que usam luz em vez de elétrons para processar dados, o que significa que eles gastam pouquíssima eletricidade e praticamente não esquentam.
"Em nosso chip, a informação em forma acústica viaja a uma velocidade cinco ordens de magnitude mais lenta do que no domínio óptico. É como a diferença entre um trovão e um relâmpago," disse a professora Birgit Stiller, da Universidade de Sydney, referindo-se aos aspectos de som e luz do raio.
Informações fotônicas
O chip possui duas entradas. Em uma entram os pulsos de luz básicos - a chamada onda portadora -, enquanto na outra porta entram os pulsos de luz representando os dados a serem escritos. Quando atingem um guia de ondas feito de um material chamado calcogeneto, as duas ondas interagem, gerando uma vibração sônica.
Com a interação, aquela porção do chip fica vibrando como se fosse a superfície de um tambor em miniatura, uma vibração condicionada pelos dados contidos na segunda onda de luz. Quando uma outra onda de luz entra no chip, ela interage com o som e retorna com os dados gravados anteriormente.
O retardo criado pela redução na velocidade da luz permite que os dados sejam armazenados e gerenciados no chip por um tempo suficiente para seu processamento, reforço e transmissão posterior na forma de ondas de luz.
"Nosso sistema não se limita a uma largura de banda estreita. Assim, ao contrário dos sistemas anteriores, ele nos permite armazenar e recuperar informações em vários comprimentos de onda simultaneamente, aumentando consideravelmente a eficiência do dispositivo," acrescentou a professora Stiller.
As informações fotônicas - dados contidos em ondas de luz - possuem grandes vantagens em relação à informação eletrônica: a largura de banda é maior, os dados viajam à velocidade da luz e não há calor associado à resistência eletrônica. Além disso, os fótons, ao contrário dos elétrons, são imunes à interferência de radiação eletromagnética.
Bibliografia:

A chip-integrated coherent photonic-phononic memory
Moritz Merklein, Birgit Stiller, Khu Vu, Stephen J. Madden, Benjamin J. Eggleton
Nature Communications
Vol.: 8, Article number: 574
DOI: 10.1038/s41467-017-00717-y

Moritz Merklein et al. - 10.1038/s41467-017-00717-y
Birgit Stiller, Khu Vu, Stephen J. Madden, Benjamin J. Eggleton
Nature Communications

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