sábado, 15 de julho de 2017

Abelhas vão ajudar a melhorar as câmeras de drones e robôs Redação do Site Inovação Tecnológica

Abelhas vão ajudar a melhorar as câmeras de drones e robôs

Como as abelhas vão ajudar a melhorar as câmeras de drones e robôs
Desvendado o "truque" visual das abelhas para detectar as cores, agora é uma questão de imitar o mecanismo usando sensores. [Imagem: Adrian Dyer/RMIT]
Cores em mutação
As câmeras instaladas em drones e robôs têm dificuldades para lidar com a detecção de cores porque, do ponto de vista desses aparelhos, a luz está sempre mudando.
Felizmente a natureza já resolveu este problema: As abelhas, afinal, possuem um mecanismo que as permite discernir as flores e a vegetação enquanto voam.
Era então uma questão de descobrir como elas fazem isso para encontrar uma forma de melhorar as câmeras que precisam detectar as cores enquanto se movem.
Foi exatamente isso que fizeram Jair Garcia e uma equipe de quatro universidades australianas (Monash, RMIT, Melbourne e Deakin).
Descontando a luz ambiente
A equipe descobriu que as abelhas resolvem o problema das cores sempre em mutação usando um mecanismo até agora desconhecido para o processamento visual das informações sobre as cores.
Esses insetos têm três olhos extras (ocelos) no topo da cabeça, que apontam diretamente para o céu. A equipe multidisciplinar conseguiu comprovar agora que esses ocelos contêm dois receptores de cores perfeitamente ajustados para detectar a cor da luz ambiente, e que esses receptores enviam suas informações diretamente para o córtex visual da abelha.
A detecção da cor da luz pelos ocelos permite que o cérebro desconte a iluminação ambiente que, de outro modo, confunde a percepção de cor dos objetos individuais - as abelhas também têm dois olhos compostos principais que sentem diretamente as cores das flores no meio ambiente.
Biomimetismo
A ideia agora é colocar sensores adicionais nos drones e robôs para que eles possam igualmente usar as informações da luz ambiente para calcular as cores reais a partir das cores sempre em mutação captadas pelos sensores normais das câmeras.
"Nós estamos usando soluções de inspiração biológica da natureza para enfrentar problemas chave na percepção visual. Esta descoberta sobre a constância da cor pode ser implementada em sistemas de imagem para permitir uma interpretação de cores precisa," disse o professor Adrian Dyer.

Bibliografia:

Improved color constancy in honey bees enabled by parallel visual projections from dorsal ocelli
Jair E. Garcia, Yu-Shan Hung, Andrew D. Greentree, Marcello G. P. Rosa, John A. Endler, Adrian G. Dyer
Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.1703454114

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