IPT obtém silício para uso em células solares
Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/07/2015
Há quatro tipos de silício que diferem entre si em relação ao nível de impurezas. O grau metalúrgico (duas "pedras" maiores) é o menos puro, seguido do químico, do solar (lâmina circular) e, por fim, do grau eletrônico, com maior nível de pureza. [Imagem: IPT]
Silício grau solar
Engenheiros do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) desenvolveram uma tecnologia nacional para obtenção do silício grau solar (SiGS), material empregado na produção de células solares fotovoltaicas, utilizadas para a conversão da energia solar em energia elétrica.
Até o final da década de 1990, o silício grau solar era obtido como subproduto da produção do silício grau eletrônico (SiGE), um grau mais puro do silício, usado na fabricação de processadores de computador.
O projeto do IPT, no entanto, desenvolveu o produto a partir de uma rota metalúrgica alternativa, de menor custo, chegando a um silício de alta pureza ( >99,999% ).
"Com o estabelecimento de uma indústria produtora da principal matéria-prima empregada na produção de células solares fotovoltaicas, haverá condições favoráveis para projetos de implantação e expansão de indústrias fabricantes de células e painéis solares fotovoltaicos no Brasil, barateando toda a cadeia da energia solar no País", afirma o pesquisador João Batista Ferreira Neto, do Laboratório de Processos Metalúrgicos, coordenador do projeto.
Rota metalúrgica
O Brasil já é um dos maiores produtores mundiais de silício grau metalúrgico, com capacidade de produção de aproximadamente 200 mil toneladas a cada ano - o silício grau metalúrgico é usado principalmente na fabricação de ligas de alumínio.
A proposta é agregar valor a este produto com o desenvolvimento do silício grau solar, que atualmente é comercializado por aproximadamente US$ 20 o quilograma. O Brasil ainda não possui uma indústria de células solares e painéis fotovoltaicos, importando tudo o que utiliza.
Segundo os pesquisadores do IPT, o próximo passo será conseguir parceiros para viabilizar o projeto em escala industrial. Os estudos de viabilidade financeira realizados pela equipe mostram que uma planta com produção de 100 toneladas de silício grau solar ao ano teria, apenas em sua fase piloto, um faturamento anual aproximado de US$ 2,1 a US$ 2,4 milhões.
Uma equipe da Unicamp também obteve recentemente silício grau solar seguindo uma rota tecnológica desenvolvida inteiramente no Brasil.
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