terça-feira, 12 de novembro de 2013

PEÇAS DE AUTOMÓVEL FABRICADAS DE UMA SÓ VEZ.


Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/11/2013
Tixoconformação: Peças de automóveis são fabricadas em uma única etapa
A equipe está trabalhando em conjunto com uma indústria do setor automotivo com vistas a transferir o processo de tixoconformação da escala de laboratório para a escala industrial. [Imagem: CIC marGUNE]
Depois de anos de desenvolvimento, uma nova tecnologia promete nada menos do que fabricar peças complexas - para automóveis, por exemplo - em uma única etapa.
A tixoconformação, ou fundição injetada, consiste em dar formas a metais em estado semi-sólido, sem necessitar levar o metal ao estado líquido, como na fundição tradicional.
O processo atual de fabricação de peças para a indústria automotiva consiste de três a quatro etapas, dependendo do caso, o que inclui fundição, desbaste, usinagem, polimento etc.
Com a nova técnica, a peça final é feita em um único passo, eliminando todas as etapas intermediárias ou de acabamento.
O objetivo da equipe é levar a tixoconformação dos laboratórios para a indústria - em laboratório, todo o processo já funcionou a contento.
Do laboratório para a indústria
A tecnologia da tixoconformação vem sendo pesquisada há vários anos, mas, apesar dos ganhos potenciais, até agora nenhuma indústria conseguiu usá-la na prática.
O grupo espanhol se concentrou na fabricação de um único modelo de peça automotiva, usado na suspensão traseira, conectando a roda com o disco de freio.
"Nós submetemos a peça a um processo que, em última instância, tenta quebrá-la, para ver quanto tempo ela dura, mas o equipamento está durando mais do que o esperado," conta o professor Jokin Lozares, da Universidade Mondragon.
"Estamos ainda estudando a possibilidade de trabalhar com materiais mais avançados do que o aço, tendo em mente principalmente a indústria aeronáutica," acrescentou o pesquisador.
A equipe está trabalhando em conjunto com uma indústria do setor automotivo com vistas a transferir o processo da escala de laboratório para a escala industrial.
Tixoconformação
A tixoconformação é um processo no qual o material é mantido entre um estado líquido e sólido, sendo moldado diretamente nesse estado semi-sólido.
Isso oferece várias vantagens em relação aos métodos tradicionais de forjaria e fundição, entre elas a economia de material.
"Para produzir a mesma peça, a tecnologia de tixoconformação usa cerca de 20% menos material do que a forjaria, uma vez que não há nenhum material em excesso [na peça], e a peça final, com a geometria desejada, é obtida diretamente," explicou Lozares.
"Mais do que isso," acrescentou ele, "é um processo que pega três ou quatro passos na indústria e reduz para uma única etapa, e permite obter geometrias infinitamente mais complexas."

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

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Carro do futuro abastecerá a cada 100 anos

Empresa norte-americana está desenvolvendo veículo que utiliza o metal radioativo tório como combustível 

11 de novembro de 2013 | 19h 53

Carlo Cauti - Especial para o Estado
SÃO PAULO - Imagine comprar um carro novo que terá a próxima parada para abastecer somente em 2113. Uma empresa norte-americana do Connecticut, a Laser Power System, está desenvolvendo um inovador sistema de propulsão para automóveis: o tório.
Esse elemento químico, cujo símbolo é o Th, é um metal radioativo natural utilizado para a fabricação de vidros especiais e de filamentos para lâmpadas incandescentes. Está entre os elementos mais densos existentes no mundo e, segundo a empresa norte-americana, poderia produzir energia suficiente para movimentar veículos.
Abastecer o tanque com oito gramas de tório produziria energia para 100 anos sem emissões nocivas ao meio ambiente. "Um grama de tório dispõe da mesma energia de 28 mil litros de gasolina", explicou Charles Stevens, CEO da Laser Power System.
Essa não é a primeira vez que o tório é considerado como potencial combustível para carros. Ele já foi indicado como ótimo candidato para substituir o urânio nos reatores nucleares, graças à sua relativa segurança, sendo menos radioativo que o urânio, mais fácil de ser extraído do solo e ainda produz muitos menos danos ambientais.
Além disso, um propulsor alimentado com tório não conseguiria desencadear uma reação nuclear, como ocorre com os reatores alimentados com o urânio. Os atuais protótipos de motores à tório pesam cerca de 250 kg e podem ser integrados dentro de automóveis.
O projeto de um carro alimentado com tório é de 2009, quando Loren Kulesus desenvolveu a World Thorium Fuel Concept Car, apresentada no Salão de Automóveis Cadillac de Chicago.
Entretanto, a Laser Power System é a primeira empresa no mundo a trabalhar sobre um motor à base de tório produzido em série. A empresa está testando pequenos blocos do metal aquecido, os quais produziriam calor suficiente para alimentar um laser. O laser aquece a água e com o vapor produzido consegue mover uma mini turbina. A turbina, por sua vez, gera a energia elétrica para a propulsão do veículo.
O tório foi descoberto em 1828 pelo químico sueco Jons Jakob Berzelius, que lhe deu esse nome em homenagem ao deus nórdico Thor. Graças à sua elevada densidade, o mineral consegue produzir uma enorme quantidade de calor.
As pesquisas dos Estados Unidos sobre os reatores alimentados com tório para a produção de energia começaram na década de 1960. Contudo, a pesquisa privilegiou os reatores "tradicionais", alimentados com urânio, por causa da grande produção de plutônio consequente do processo nuclear. A China, Índia e Noruega estão tentando lançar novamente essa tecnologia.
O ESTADO DE SÃO PAULO.