terça-feira, 29 de setembro de 2015

Ceitec apresenta novos chips nacionais

Ceitec apresenta novos chips nacionais para cadeia produtiva

Ceitec apresenta novos chips nacionais para cadeia produtiva
Os chips operam em três linhas: identificação automática, lacre eletrônico e registrador de temperatura, todos na área das etiquetas RFID.[Imagem: Ceitec/Divulgação]
Microeletrônica nacional
A Ceitec S.A. apresentou novos microchips que permitem aperfeiçoar o gerenciamento da cadeia logística de produtos de consumo.
A Ceitec é uma empresa pública federal, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que atua no segmento de semicondutores e tem como missão viabilizar a produção nacional de produtos microeletrônicos.
A tecnologia opera em três linhas: identificação automática, lacre eletrônico e registrador de temperatura.
Os novos chips são de ampla aplicação, mas o grande objetivo é garantir a qualidade dos produtos, reduzir o desperdício de alimentos e diminuir as perdas que ocorrem pós-colheita, especialmente durante o transporte e o armazenamento dos produtos nas centrais de abastecimento do País.
RFID
O chip CTC13001 - pertencente à classe das etiquetas RFID - é um "código de barras eletrônico" que atende a padrões internacionais de comunicação sem fio e permite a identificação automática dos produtos aos quais estiver afixado, sejam caixas, paletes e outras formas de armazenamento.
Esse chip permite a identificação e viabiliza o rastreamento e controle (local e tempo de armazenagem) de itens a partir de antenas de radiofrequência, construídas para esse fim, e controles informatizados.
O segundo chip, CTC13001T (lacre eletrônico), apresenta todas as funcionalidades do CTC13001 e, adicionalmente, acusa o rompimento da embalagem a que está afixado. Permite, assim, o tratamento diferenciado de itens de maior valor agregado e/ou mais sensíveis, garantindo que a embalagem ou palete entregue pelo transportador contenha exatamente aquilo que foi embarcado para transporte.
Já o CTC12100 (registrador de temperatura) possibilita o gerenciamento da "cadeia do frio", ou seja, as operações logísticas que devem ocorrer em baixa temperatura, registrando o histórico da temperatura do item, com dados disponibilizados na tela de um celular.

Menor chave do mundo aperta parafusos moleculares

Menor chave do mundo aperta parafusos moleculares

Menor chave do mundo aperta parafusos moleculares
Ajustar o parafuso verde (um anel de pilareno) com a chave molecular (azul) tornou os pilarenos 100 vezes mais fortes. [Imagem: Severin Schneebeli Lab/UVM]
Nanochave
Se faltava uma ferramenta adequada para apertar parafusos em nanomáquinasnanorrobôs, Xiaoxi Liu e seus colegas da Universidade de Vermont, nos EUA, acabam de criá-la.
A equipe criou uma nanochave molecular que, segundo eles, permite capturar e mover moléculas a fim de produzir materiais sintéticos complexos, incluindo polímeros e fármacos.
Usando uma substância presente no carvão, chamada antraceno, eles montaram fitas de moléculas em formato de C para criar uma chave de boca de 1,7 nanômetro.
Isto foi possível porque, graças ao fenômeno da quiralidade, as moléculas podem se juntar em uma única direção - a quiralidade é a característica geométrica de objetos que são idênticos em estrutura, mas não podem ser superpostos, como as nossas mãos, por exemplo.
"Elas são como Legos. Essas fitas moleculares formam uma estrutura rígida que é capaz de prender anéis de outras substâncias químicas de um modo semelhante a como a cabeça de um parafuso se encaixa em uma chave de boca," disse Severin Schneebeli, coordenador da equipe.
Menor chave do mundo aperta parafusos moleculares
A nanochave em uma simulação mais realística. [Imagem: Xiaoxi Liu et al. - 10.1002/anie.201506793]
Síntese assistida por quiralidade
Como parafusos a equipe usou uma família de compostos bem conhecidos, chamados "macrociclos pilarenos", frequentemente usados como "alojamento" para abraçar ou modificar outros compostos químicos, em aplicações que vão de medicamentos asubstâncias orgânicas emissoras de luz.
Os experimentos mostraram que a nanochave molecular é capaz de ajustar os pilarenos para mudar o ambiente químico em seu interior, de forma similar a que o giro da cabeça de um parafuso do lado de fora de um motor controla seu funcionamento interno. Os anéis de pilareno ficaram "cerca de 100 vezes mais fortes" depois de serem apertados pela nanochave, segundo a equipe.
A equipe também acredita que o processo usado para fazer a chave - que eles chamam de "síntese assistida por quiralidade" - poderá ser muito útil para controlar o formato de grandes moléculas em geral, ajudando no desenvolvimento de materiais sintéticos mais complexos, incluindo polímeros e medicamentos.

Bibliografia:

Regulating Molecular Recognition with C-Shaped Strips Attained by Chirality-Assisted Synthesis
Xiaoxi Liu, Zackariah J. Weinert, Mona Sharafi, Chenyi Liao, Jianing Li, Severin T. Schneebeli
Angewandte Chemie
Vol.: Article first published online
DOI: 10.1002/anie.201506793

Memória de luz nunca perde os dados

Memória de luz nunca perde os dados

Primeira memória óptica permanente guarda dados com luz
A mudança de fase cristalina para amorfa (armazenamento de dados) e vice-versa é feita por pulsos de luz ultracurtos. Para ler os dados, são usados pulsos de luz mais fracos do que os usados na gravação.[Imagem: C. Rios/Universidade de Oxford]
Memória fotônica
Uma equipe de engenheiros alemães e britânicos construiu o primeiro chip de memória permanente com gravação e leitura totalmente ópticas.
Este é um passo importante no caminho rumo aos processadores fotônicos - computadores que trocarão a eletricidade pela luz, consumindo muito menos energia e funcionando a velocidades muito mais altas.
Nesse caminho, uma "estação intermediária" já está praticamente alcançada, com o uso da luz para a troca de dados dentro dos chips, o que já é uma grande melhoria em relação dos processadores eletrônicos atuais. Mas, mesmo nestes casos, os sinais elétricos precisam ser convertidos em luz e, ao chegar ao destino, a luz precisa ser convertida de volta em sinais elétricos.
O avanço agora obtido pela equipe consiste em usar unicamente a luz para ler e armazenar os dados. E melhor, armazenar de forma definitiva, em uma memória não-volátil.
"Os bits ópticos podem ser escritos a frequências de até um gigahertz. Isto permite um armazenamento de dados extremamente rápido em nossa memória fotônica," disse o professor Wolfram Pernice, do Instituto de Tecnologia Karlsruhe.
Materiais de mudança de fase
A equipe usou materiais de mudança de fase, materiais que alteram suas propriedades ópticas dependendo do arranjo dos seus átomos: em curtos períodos de tempo, eles podem alternar entre estados cristalinos (organização atômica regular) e amorfos (redes atômicas irregulares). Esses são os mesmos materiais por trás de uma nova tecnologia de memória 3D lançada pela Intel há pouco mais de dois meses.
Para construir uma memória totalmente óptica, a equipe usou o material de mudança de fase conhecido como GST (Ge2Sb2Te5). A mudança de fase cristalina para amorfa e vice-versa é feita por pulsos de luz ultracurtos. Para ler os dados, são usados pulsos de luz mais fracos do que os usados na gravação.
"A memória fotônica não-volátil é compatível não só com a transmissão de dados por fibras ópticas convencionais, mas também com a mais recente geração de processadores," garantiu o professor Harish Bhaskaran, membro da equipe.

Bibliografia:

On-chip integratable all-photonic nonvolatile multi-level memory
Carlos Ríos, Matthias Stegmaier, Peiman Hosseini, Di Wang, Torsten Scherer, C. David Wright, Harish Bhaskaran, Wolfram H.P. Pernice
Nature Photonics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nphoton.2015.182

Pneus que se autoconsertam


Mecânica

Pneus que se autoconsertam estão a caminho

Adeus borracheiros: pneus que se autoconsertam estão a caminho
A borracha para pneus se une sozinha mesmo quando é totalmente seccionada. [Imagem: Amit Das et al. - 10.1021/acsami.5b05041]
Sem vulcanização
Pela primeira vez, químicos conseguiram fabricar uma borracha própria para uso em pneus sem o processo de vulcanização, que tem sido essencial para a fabricação dos pneus infláveis desde a sua invenção, nos anos 1920.
A vulcanização envolve a adição de enxofre ou outros compostos para tornar a borracha mais durável mantendo sua elasticidade - durante o processo, as cadeias poliméricas se unem por ligações covalentes.
O problema é que qualquer objeto cortante ou perfurante vai estragar o pneu e exigir um reparo que, ainda que permita que o pneu volte a rodar, nunca lhe dará de volta sua resistência original.
Materiais autocicatrizantes
A solução foi encontrada por Amit Das e seus colegas das universidades de Dresden (Alemanha) e Tampere (Finlândia) em uma nova geração de materiais conhecidos como "autocicatrizantes", uma categoria de materiais inteligentes que se rearranja de forma autônoma para corrigir uma falha estrutural.
Já existem diversas versões autocicatrizantes de borrachas e polímeros em geral, mas nenhum deles havia alcançado a estabilidade necessária para a fabricação de pneus.
Utilizando um novo processo simples, que evita completamente a vulcanização, os pesquisadores modificaram quimicamente uma borracha comercial para produzir um material durável e elástico que se autoconserta.
Agentes de ligação
Embora o processo possa ser acelerado aquecendo o pneu a 100º C por 10 minutos, a resistência máxima foi recuperada em estado de repouso depois de 8 dias, quando a borracha resistiu a uma tensão de 754 libras por polegada quadrada.
Os pesquisadores afirmam que o material poderia ser ainda mais reforçado pela adição de agentes de ligação, como a sílica ou o negro de fumo.
Bibliografia:

Ionic Modification Turns Commercial Rubber into a Self-Healing Material
Amit Das, Aladdin Sallat, Frank Böhme, Marcus Suckow, Debdipta Basu, Sven Wiebner, Klaus Werner Stöckelhuber, Brigitte Voit, Gert Heinrich
ACS Applied Materials & Interfaces
Vol.: 7 (37), pp 20623-20630
DOI: 10.1021/acsami.5b0504
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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Receita para criar vidros metálicos futurísticos

Receita para criar vidros metálicos futurísticos

Receita para criar vidros metálicos futurísticos
Dos cálculos e modelagens à metalurgia dos vidros metálicos: as receitas foram testadas na prática pela equipe. [Imagem: Kevin Laws/UNSW Australia]
Metal plástico
Os vidros metálicos são tão promissores que são considerados a maior inovação no campo dos materiais desde a descoberta dos plásticos.
Embora sejam metais, eles se tornam maleáveis como chiclete quando aquecidos, podendo ser moldados - ou até mesmo soprados, como vidro derretido.
Agora, uma equipe australiana criou um "manual de instruções" para fabricar vidros metálicos que torna possível, pela primeira vez, calcular quais combinações de metais vão resultar na capacidade de formação dessas ligas com as propriedades desejadas.
"Com o nosso novo manual de instruções, podemos começar a criar muitos novos metais tipo vidro e começar a entender os fundamentos atômicos por trás de suas propriedades excepcionais. Nós também poderemos projetar esses materiais em escala atômica, de forma que eles tenham as propriedades específicas que queremos," disse o professor Kevin Laws, da Universidade de Nova Gales do Sul.
Modelo da estrutura atômica
A maioria dos metais é cristalina quando sólida, com os seus átomos dispostos em uma forma regular e altamente organizada. Já as ligas conhecidas como vidros metálicos têm uma estrutura altamente desordenada - como o vidro.
Existem inúmeros tipos de vidros metálicos, mas a maioria deles é formada por ligas de zircônio, paládio, magnésio, titânio e cobre.
Receita para criar vidros metálicos futurísticos
O modelo permite encontrar o "ponto na curva" que possibilita a mistura adequada dos ingredientes. [Imagem: K. J. Laws et al. - 10.1038/ncomms9123]
O problema é que descobrir as receitas - as proporções exatas de cada metal a ser misturado - tem sido um processo de tentativa e erro.
O trabalho da equipe consistiu em desenvolver um modelo da estrutura atômica dos vidros metálicos, que permite prever as combinações de metais que resultarão na formação dos vidros metálicos.
Usos dos vidros metálicos
"As ligas de vidros metálicos são caras para fabricar e até hoje têm sido utilizadas apenas em produtos de nicho, tais como os pinos ejetores para iPhones, molas para relógios caros com corda manual, implantes médicos experimentais e raquetes de tênis e tacos de golfe. Eles também deverão ser usados no próximo robô que irá a Marte.
"Mas se se tornarem mais fáceis de fabricar e mais baratos, eles poderiam ser amplamente utilizados em muitas aplicações, incluindo componentes excepcionalmente fortes em aparelhos eletrônicos pessoais, nos veículos de exploração espacial, e como materiais de armazenamento de hidrogênio nas baterias de próxima geração," concluiu o pesquisador.

Bibliografia:

A predictive structural model for bulk metallic glasses
K. J. Laws, D. B. Miracle, M. Ferry
Nature Communications
Vol.: 6, Article number: 8123
DOI: 10.1038/ncomms9123

Como uma tinta pode facilitar cortar um metal?

Como uma tinta pode facilitar cortar um metal?

Tinta reduz energia para cortar metais pela metade
O fluxo sinuoso aparece destacado na imagem à esquerda. À direita, a redução repentina da força necessária ao corte quando a ferramenta chega à área pintada. [Imagem: Ho Yeung/Koushik Viswanathan/Purdue University]
Fluxo sinuoso
Engenheiros da Universidade Purdue, nos EUA, descobriram um tipo de deformação desconhecida até agora, que ocorre nos metais quando eles são submetidos a estresse, o que inclui operações de dobra e corte.
O fenômeno, batizado de fluxo sinuoso, foi descoberto usando microfotografias de alta velocidade e simulações computadorizadas.
Ao ser cortado, o metal se deforma em dobras, contrariando as teorias anteriores, que afirmavam que o metal se cisalharia uniformemente - as dobras lembram as que ocorrem no mel sendo derramado em uma vasilha.
"Quando o metal se rompe durante um processo de corte, ele forma essas dobras finamente espaçadas, que pudemos ver pela primeira vez somente por causa da observação direta em tempo real," disse o professor Ho Yeung.
Dobraduras metálicas
A boa notícia é que a observação permitiu descobrir uma forma de evitar as dobraduras no metal.
E a supressão desse fenômeno poderá aumentar a eficiência de todos os processos de trabalhar metais, do corte de chapas à usinagem e torneamento.
Além da melhor qualidade do processamento, haverá um ganho substancial no consumo de energia, uma redução drástica na força que deve ser aplicada às peças e um menor tempo de processamento.
Tinta mágica
Os experimentos mostraram que a força de corte - a força aplicada por uma prensa, por exemplo - pode ser reduzida em 50% simplesmente pintando a superfície metálica com uma tinta comum, o que, por razões ainda desconhecidas, suprime o fenômeno do fluxo sinuoso.
Mais estranho ainda, a pintura deve ser feita não na superfície que está sendo trabalhada, mas no verso dela, no outro lado da chapa.
"Isto pode soar estranho, até mesmo ridículo, para as pessoas da área, porque o corte não está acontecendo na superfície pintada, ele está ocorrendo a uma certa profundidade abaixo," comentou o professor Koushik Viswanathan.
Mas o importante é que funciona. Para tirar a prova, a equipe pintou apenas metade de uma chapa: quando a ferramenta de corte chegou na porção pintada, a força aplicada caiu imediatamente para a metade.
A equipe afirma que poderá haver muitos ganhos adicionais quando o fluxo sinuoso for completamente compreendido - assim como sua supressão quase por mágica -, alcançando praticamente toda a indústria metal-mecânica.

Bibliografia:

Sinuous flow in metals
Ho Yeung, Koushik Viswanathan, Walter Dale Compton, Srinivasan Chandrasekar
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: 112 no. 32, 9828-9832
DOI: 10.1073/pnas.1509165112

Câmeras 2D podem ser reprogramadas para capturar 3D

Câmeras 2D podem ser reprogramadas para capturar 3D

Câmeras 2D podem ser reprogramadas para capturar 3D
O efeito tridimensional é capturado a partir de uma única tomada de uma câmera 2D, ajustando rapidamente seus mecanismos internos. [Imagem: Patrick Llull et al. - 10.1364/optica.2.000822]
3D de captura única
Transformar uma câmera digital comum em uma câmera digital 3D parece um grande negócio.
Foi justamente isso que demonstrou ser possível Patrick Llull e seus colegas da Universidade Duke, nos EUA.
"Cenas reais são em três dimensões e elas são normalmente filmadas capturando-se múltiplas imagens focadas em várias distâncias," explicou Llull. "Várias abordagens únicas para melhorar a velocidade e a qualidade de captura de imagens 3D foram propostas durante as últimas décadas. Cada abordagem, no entanto, sofre degradações permanentes na qualidade da imagem 2D e/ou exigem uma grande complexidade do hardware."
Esses obstáculos foram superados com o desenvolvimento de um sistema adaptativo que consegue extrair com precisão dados de profundidade a partir das imagens 2D, sem perder a qualidade da imagem original e sem uma mudança dramática do equipamento, como mudanças seguidas de lentes.
Paralaxe
A maioria das câmeras digitais vem equipada com sistema de estabilização da imagem. Esse mecanismo funciona medindo a inércia ou o movimento da câmera e compensando esse balanço movimentado rapidamente a lente - são feitos vários ajustes por segundo.
O que a equipe descobriu é que este mesmo hardware pode alterar o processo de captura de imagem, gravando informações adicionais sobre a cena. Com software e processamento adequados, esses dados adicionais podem dar as informações necessárias para calcular a terceira dimensão, simulando o sistema tradicional de captura de imagens 3D, que usa dois sensores para simular a paralaxe que permite que os dois olhos humanos gerem uma imagem tridimensional.
O sistema eletrônico da câmera foi reprogramado para executar três passos em sequência contínua: ajustar o foco, coletar a luz durante um período de tempo e ativar o módulo de estabilização, que ajusta a lente para mover a imagem com relação a um ponto.
Isto, em conjunto com o ajuste focal, integra a informação em uma única captura, de uma forma que preserva os detalhes da imagem e obtém uma resposta óptica diferente a cada posição do foco. As imagens, que teriam sido capturadas em várias configurações focais, são codificadas diretamente nesta medição com base no ponto em que elas ocupam na profundidade de campo.
3D e 2D renovado
Embora o experimento tenha sido realizado em condições controladas de laboratório, os pesquisadores acreditam que a técnica poderá ser aplicada em produtos de consumo.
E, além de permitir a captura de imagens 3D, a técnica pode melhorar as funções das máquinas atuais.
Se for integrada em câmeras comerciais e outras tecnologias ópticas, esta técnica de visualização pode melhorar funções essenciais dos atuais equipamentos - como a própria estabilização de imagem - e aumentar a velocidade do foco automático, melhorando a qualidade das fotografias.
Bibliografia:

Image translation for single-shot focal tomography
Patrick Llull, Xin Yuan, Lawrence Carin, David J. Brady
Optica
Vol.: 2, 9, 822
DOI: 10.1364/optica.2.000822

sábado, 19 de setembro de 2015

Portal disponibiliza ciência brasileira de graça

Portal disponibiliza ciência brasileira de graça

Ciência aberta
O portal científico Oasisbr ganhou visibilidade em sites internacionais de divulgação científica, como o La Referencia e Confederation of Open Access Repositories (Coar).
O La Referencia é focado na produção científica de países da América Latina como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, México, Peru, Venezuela e Brasil. Já o Coar representa 90 instituições mundiais da Europa, Ásia, América do Norte e América Latina.
Oasisbr é uma sigla para "Portal de Publicações Científicas em Acesso Aberto", uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).
O objetivo é reunir as publicações científicas brasileiras em um mesmo lugar, facilitando a busca desses documentos pelos interessados.
Com a nova plataforma, milhares de publicações científicas produzidas no Brasil estão mais acessíveis a pesquisadores e acadêmicos de todo o mundo. Por meio do Oasisbr é possível consultar e realizar o download de aproximadamente 1,2 milhão de publicações científicas em acesso aberto, sem custo algum.
Oasisbr
O Oasisbr é uma plataforma de busca integrada, podendo ser adaptada a dispositivos móveis. Ela concentra os resultados de bibliotecas digitais de teses e dissertações e de revistas eletrônicas de acesso aberto no Brasil.
Segundo a coordenadora do Laboratório de Metodologias de Tratamento e Disseminação da Informação do Ibict, Bianca Amaro,
"O Oasisbr oferece ainda um conjunto de estatísticas sobre as coletas e sobre o material agregado, por meio do qual podemos estabelecer um panorama global da produção brasileira," explicou Bianca Amaro, coordenadora do Laboratório de Disseminação da Informação do Ibict.

Para conhecer o novo portal, acesse o site do OasisBr.

Nanossatélite brasileiro entra em órbita

Nanossatélite brasileiro entra em órbita e começa a transmitir

Nanossatélite brasileiro entra em órbita e começa a transmitir
O lançamento do satélite foi feito por um equipamento especial de ejeção instalado no laboratório Kibo da Estação Espacial Internacional.[Imagem: AEB/Divulgação]
Serpens
O nanossatélite brasileiro Serpens, desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em parceria com várias universidades, foi lançado na manhã de hoje a partir da Estação Espacial Internacional.
O lançamento do satélite foi feito por um equipamento especial de ejeção instalado no laboratório Kibo da estação, pertencente à Agência Espacial Japonesa (Jaxa).
Juntamente com o Serpens, também foi colocado em órbita o satélite japonês S-Cube, projetado pelo Instituto de Tecnologia Chiba.
O nanossatélite está em órbita a uma altitude de cerca de 400 quilômetros e funcionou da forma prevista, sendo capaz de receber e devolver mensagens que podem ser baixadas de qualquer lugar do planeta.
Sem créditos
Cerca de 30 minutos após o lançamento, o sistema foi ligado e as antenas liberadas, deixando o pequeno satélite pronto para se comunicar com a Terra.
"Um radioamador brasileiro captou sinais e nos enviou. Decodificamos os sinais de identificação e comprovamos que é mesmo o Serpens," relatou o diretor de satélites da AEB, Carlos Gurgel, sem dar os créditos ao radioamador que prestou seus serviços ao projeto.
O nanossatélite deverá ficar em órbita por cerca de 6 meses, tempo em que vai perdendo a velocidade até reentrar na atmosfera terrestre, desintegrando-se com o calor.
O Serpens é o terceiro cubesat nacional a ser colocado no espaço, sendo o segundo a ser lançado da Estação Espacial - o outro foi o Aesp-14. Já o pioneiro NanosatC-Br1 foi lançado por um foguete russo.
Experimentos com Nanossatélites
nanossatélite Serpens é o primeiro do projeto Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites, um consórcio entre a AEB e universidades federais para o desenvolvimento de nanossatélites de baixo custo por estudantes universitários.
Participam do projeto a Universidade de Brasília (UnB), universidades federais do ABC (Ufabc), de Santa Catarina (UFSC), de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Federal Fluminense (IFF). O objetivo é capacitar profissionais e consolidar novos cursos de engenharia espacial.

Essa primeira missão do projeto Serpens está sendo coordenada pela Universidade de Brasília, mas a proposta é que as instituições envolvidas revezem a liderança. A previsão é que a Universidade Federal de Santa Catarina coordene o desenvolvimento do Serpens 2.

Primeiro satélite artificial totalmente elétrico

Primeiro satélite artificial totalmente elétrico

Primeiro satélite artificial totalmente elétrico
O satélite totalmente elétrico é construído em uma plataforma pequena, que permite o lançamento de dois satélites por foguete, reduzindo os custos.[Imagem: Boeing]
A Boeing anunciou a entrada em operação com êxito do primeirosatélite artificial que dispensa os foguetes químicos tradicionais para se movimentar e controlar sua órbita.
O anúncio foi feito depois que os técnicos confirmaram que o satélite teve êxito em sua entrada em operação com os novos motores elétricos - ele entrou em órbita em 31 de Agosto.
Motores iônicos
O satélite, chamado ABS-3A, é um satélite de comunicações pertencente à empresa ABS, que o utilizará para aumentar a cobertura de serviços sobre a Europa, norte da África e América do Norte.
Seu grande diferencial é a substituição dos microfoguetes tradicionais por motores de propulsão elétrica, conhecidos genericamente como motores iônicos.
Em vez de queimar um combustível químico para mover o satélite, os motores elétricos ionizam moléculas de um gás inerte, o xenônio, expelindo-as em alta velocidade, gerando assim o empuxo necessário para as manobras.
O satélite, da classe 702SP - carga útil de 200 a 680 quilogramas (kg) -, vai consumir apenas cinco kg de xenônio por ano para manter sua posição, o que significa que ele poderá se manter operacional por um período muito mais longo do que os satélites com propulsores tradicionais.
Satélite totalmente elétrico
Os motores iônicos eram inicialmente considerados inadequados para satélites artificiais por terem uma aceleração lenta, embora contínua, o que os tornaria adequados apenas para sondas espaciais que tivessem que viajar por longas distâncias, acelerando continuamente até atingir altas velocidades.
O lançamento de um satélite de comunicações totalmente elétrico altera esse panorama, mostrando que os avanços nos motores elétricos permitiram ganhos substanciais de desempenho.
Um segundo satélite totalmente elétrico, o ABS-2A, já está em construção e deverá ser lançado no início do próximo ano.